Agora estou no olho de um furacão. Dei vida ao que não devia viver para além dos limites do racional. A meio do caminho perdi a minha razão, toda a lógica e propósito do que fazia, e sinto-me engolido pelo mundo e à beira de desistir de jogar com as palavras e com as ilusões que me trazem. Dei-lhes primazia quando deveria ter privilegiado o toque; deixei-as curar-me quando deveria ter deixado as feridas abertas por mais tempo às moscas e ao pó; sonhei com a ordem quando deveria ter acolhido o caos. Quero desistir delas e não sei bem como, mas sorrio ao pensar que quando os meus olhos se fecharem elas serão jogadas comigo à terra, e o que o homem semeou o homem sempre há-de colher.
(Fotografia: Pancorbo, Espanha - Abril de 2007/ Texto: Coimbra, Portugal – 2 de Maio de 2007)
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3 comments:
E com tuas palavras demonstras esse teu toque especial. Admiro-te imenso. E bebo cada palavra que escreves.
Um abraço forte.
Adorei vir aqui e recordar-te! Saudades ;)
Tu sabes que não vais desistir...
Tão pouco o queres...
Bonito...
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